Ruanda



Em abril de 94, começava um dos maiores genocídios da história.
Calcula-se que ao menos 1 milhão de pessoas morreram no conflito entre hutus e tutsis, duas tribos rivais localizadas em Ruanda.

O conflito, financiado em parte por dinheiro apropriado de programas de ajuda internacionais, vindo do Fundo Monetario Internacional, o famoso FMI, Banco Central e outros, objetivava a elimição dos tutsis, minoria étnica que controlava o país antes de uma crise econômica que os levou à maior miséria.

Ultrapassando os limites da liberdade de expressão, programas da rádio RTLM (Radio Télévision Libre de Mille Collines), dirigida por líderes hutus, instigavam maioria étnica a eliminar os tutsis.

Sem a ajuda da ONU, dos EUA, da Europa, o mundo assistiu calado ao massacre. O grito de socorro dos ruandeses não foi ouvido. Ninguém interferiu. Ninguém ajudou.

Exatamente 14 anos se passaram, e parte dos responsáveis diretos pelo genocídio ainda estão sendo julgados pela Corte Internacional de Justiça.
A pena máxima é a prisão perpétua, e entre os culpados estão até mesmo padres e pastores protestantes que negaram ajuda, e mataram tutsis.

A sensação de que a justiça está sendo feita dá lugar a revolta e ao inconformismo. Onde estavam os Tratados e Leis internacionais no momento em que tudo começou? Onde estava a ONU para fazer valer os tratados contra os crimes que ela mesmo definiu?

As grandes potências não tinham interesse econômico e político algum em Ruanda: eles não tinham petróleo, diamantes, nem nada de valor que os fizesse importante.
Nem mesmo o fato de serem humanos bastou para que a lei fosse cumprida, o que me faz pensar profundamente sobre a eficácia destas normas, e também me deixa com um certo medo.

A Convenção para prevenção e repressão do crime de genocídio, de 1948, prevê que genocídio são os atos cometidos com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso.

Saberemos se o mundo aprendeu com Ruanda apenas quano houver mais um massacre? Não estaríamos nós também desprotegidos? e se formos os próximos?

A história de Ruanda será sempre marcada pela tragédia. Justiça suficiente jamais será feita.

Ruanda não pode ser esquecida.


--

Recomendo dois filmes para quem quiser saber mais sobre a história:

Abril sangrento
Hotel Ruanda


---

e um clipe da Brooke Fraser, a cantora neo-zelandesa que teve sua vida mudada pela história de Ruanda:

3 comentários:

Natália Mylonas disse...

Realmente não dá pra entender q final do século(caso Ruanda) e no século 21 existam pessoas q matem outras pra acabar com uma raça !

ABSURDO isso cara ... :'(

E pior que se não houver uma intervenção maiior, isso só tende a aumentar !

Bjiinhs =)

Anônimo disse...

triste! hipocrisia humana me mata.. kd os riquinhos que vivem tentando adotar as crianças deles para se aparecerem nesse momento?

ridiculo!

beijos...

Unknown disse...

oi Kesia, aqui é a Paula da comu da Brooke! Vc fez propaganda lá e eu vim fuxicar, rs...
bom, ler isso me fez lembrar do filme Hotel Ruanda, que retratou um pouco dessa triste história... o mais triste é saber que essas coisas acontecem o tempo todo, há tanta injustiça e tanta impunidade. Tantas pessoas gemendo por socorro... há muito trabalho a ser feito, e não podemos nem devemos ficar conformados com essa situação. Parabéns pelo blog! Beijos